BRASIL, ARGENTINA E OUTRAS COSITAS MAS...

Uma coisa legal que tem acontecido nesta Copa é que com o passar do tempo as regras vitais para o sucesso vão sendo confirmadas. Por mais que um torcedor queira sonhar, queira pensar de modo emocional, o racional vem se impondo e colocando os pingos nos "is".

Somente as equipes com força física, qualidade técnica e versatilidade tática chegarão as semi-finais.

Sobre o Brasil, coloquei aqui desde o começo como essa seleção era lenta e parecia com menos preparo que as outras. No segundo tempo, contra a Holanda, parecia estar com vários jogadores a menos. É a falta de força física.

O Brasil, também de forma diferente de Espanha e Alemanha, quando chegava ao ataque, o fazia com jogadores a menos, geralmente com 4: Kaká, Robinho, Luiz Fabiano e um lateral. Já Espanha e Alemanha chegam com 6 a 7 jogadores e possuem volantes que atuam por diversas vezes como meias. Vide a jogada de Schweinsteiger no terceiro gol da Alemanha contra a Argentina. O volante alemão invadiu a área e driblando todo mundo, algo impossível para Gilberto Silva e Felipe Mello. É a falta de qualidade técnica.

O Brasil também pagou por sua incapacidade de atuar de outra maneira. Vivendo apenas para jogar no Contra-Ataque, o Brasil sempre encarou dificuldades quando seu adversário não lhe dava os espaços necessários e também nunca imaginou que algum time pudesse lhe apertar logo na saída de bola. Dunga também não fez um boa convocação e ficou sem peças que pudessem lhe oferecer uma variação de jogo. É a falta de versatilidade tática. ( A Espanha, contra o Paraguai, durante o jogo, fez uma troca e posição de alguns jogadores, justamente para tentar confundir a marcação do adversário que era muito forte).

A Argentina teve uma copa bem parecida com a nossa, com problemas semelhantes. Maradona, até se mostrou um pouco mais ofensivo que Dunga, pensou em montar um esquema para que seus homens de criação jogassem à vontade. Mas sabemos (apesar de que muitos jornalistas ainda não sabem) que ter 3 ou 4 atacantes em um time não é garantia de mais ofensividade. Posse de bola é lei no futebol de campo e isso só se consegue com muita marcação e um bom meio de campo.

Enfim, como eu disse no início deste post, as seleções que foram eliminadas são parecidas em seus problemas e as que se classificaram são parecidas em suas qualidades (exceto o Uruguai que se beneficiou de uma fraca tabela). Ou seja, tudo no fim foi se encaixando naturalmente. Quem tinha que ficar ficou, e ficou por merecimento, por razões técnicas mesmo.

A lição é que no mundo profissional vc não pode querer se enganar. Se vc deseja 100% de chance de um bom resultado precisa ser o mais racional e técnico possível. Se o seu trabalho começar a abrir exceções em algum dos pontos vitais para se montar um equipe vencedora, vc até poderá conquistar um título, mas aí, começará a depender do fator sorte.

O Brasil poderia conquistar a Copa? Sim, mas com tudo dando sempre certinho e as coisas acontecendo de um jeito favorável ao Brasil. Porém, um time com reais chances de ser campeão é aquele que está pronto para qualquer adversidade. E isso o time de Dunga nunca esteve.

Pena é que a final real desta copa, por questões de tabela, será antecipada na semi: Espanha x Alemanha. Aí está o campeão.

De minha parte vou torcer muito para o Uruguai não permitir que a insossa Holanda chegue na final. Será muito bacana se a tão sofrida Celeste conseguir essa proeza.

Vamos El Loco!!!