sexta-feira, 11 de abril de 2008

Não deu pro Tricolor

Parecia um jogo no Morumbi. O Audax todo atrás, encolhido, explorando um ou outro contra-ataque. O São Paulo dominando o jogo, ficando todo o tempo com a bola, mas sem conseguir definir as jogadas. E no finzinho, uma vacilada deu a vitória ao Audax. É Muricy, a classificação ficou para outro dia. Mas o São Paulo vai passar. Só precisa vencer seu último jogo no Morumba.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu sei que não é assunto do Post, mas a pena:

Sou roxo por ti


*Por JAMES SCAVONE

Corinthians lembra democracia e roxo nos leva direto para aquela frase infeliz daquele ex-presidente que a gente não gosta muito de lembrar.

Fora esta pequena discrepância, nada me coloca contra o uso da cor roxa no uniforme número três do time de Parque São Jorge, que aprendi a gostar aos 11 ou 12 anos vendo Casagrande, Sócrates e Biro-Biro.

Times de todo o mundo descobriram que têm uma bela marca em mãos e que seus milhares de consumidores são atraídos a ela como ratos ao flautista.

Vale então fazer a flauta cantar e seduzir os torcedores.

Chamem a camisa roxa de jogada de marketing, mas a relação entre o Corinthians e sua torcida é sempre um pouco mais complexa.

Se o torcedor corintiano é torcedor roxo e não abandona o time, homenagear a sua histórica fidelidade em ano difícil, de disputa na segunda divisão, não me parece má idéia.

Descubro porém que não são todos que pensam assim. Leio aqui e ali que membros da Gaviões de Fiel têm agredido torcedores que vão aos estádios vestidos com a novidade.

Puristas que defendem o preto e o branco e usam a força para impor seus pontos de vista.

Esquecem que o próprio brasão do Corinthians carrega a cor vermelha na âncora e o amarelo na estrela do mundial da Fifa e que último homem, o goleiro, já vestiu azul, amarelo e cinza.

Leão, quando defendeu o time, sofreu para encontrar um uniforme mais chamativo sem usar cores e saiu-se com o traje zebrado, mas isso em outros tempos.

Para mim não importa a cor da camisa.

Jogassem os onze sem camisa, como os times dos casados, com o brasão corintiano tatuado no peito e torceria da mesma forma.

Na idade média havia quem tatuasse a imagem de Jesus Cristo ou da Virgem Maria nas costas para que torturadores da inquisição fossem misericordiosos na chibata.

Vai que a tatuagem do Corinthians conquista a simpatia dos deuses do futebol cantados por Nelson Rodrigues.

Bem sei que com esse time de Mano Menezes, vamos precisar que alguém lá em cima olhe por nós.

O Barcelona, tido como time dos mais bem-sucedidos no campo e no marketing, adota as cores polêmicas já faz algum tempo.

Sua camisa laranja-fosforescente de umas temporadas atrás é marketing?

É sim senhor. E da melhor qualidade.

Sucesso absoluto mesmo em entre os catalães, povo dos mais ligados às sua tradições e cores.

Estive por lá em 2005 e cansava de ver meninos orgulhosos ao vestir a chamativa camisa, queriam mais é que enxergassem sua paixão a milhas de distância, da lua se fosse possível.

Assim como a nova camisa marca-texto do Palmeiras tem sido um grande sucesso, a do Corinthians vai conquistar também o seu lugar no coração da torcida.

E de nada adianta mandar tirar e vir com socos e pontapés, pois que socos e pontapés deixam marcas na pele.

Marcas roxas, vejam só.

James Scavone é publicitário