quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Vasco e São Paulo na Sul Americana

Hoje temos a pausa do Brasileirão e nossos dois últimos representantes na Sul Americana irão jogar. O São Paulo, em casa, pega o adversário mais fraco, o Milionários da Colômbia. Acredito que ele possa vencer aqui e lá. Já o Vasco, em crise, pega o América do México. Se não vencer por mais de dois gols dificilmente se classificará no jogo fora de casa.

Corrigindo: O Vasco joga a primeira lá. Se perder de pouco, até 1x0, pode ter chance.

2 comentários:

Anônimo disse...

São Paulo não ganha de ninguém mais meu amigo! Agora é banca rota, queda livre!!!!!

Anônimo disse...

Demais essa matéria!!

O padrão de excelência Mario Filho

Por MAURÍCIO METRI

Numa oportunidade, o Muricy Ramalho, quando já era técnico do São Paulo, expôs sua idéia sobre futebol moderno e, para tanto, "fez uma comparação do futebol atual com um outro esporte: o basquete.

'Futebol hoje é isso. Você perde a bola, e todo mundo volta para se agrupar. Hoje todo mundo se defende e depois parte para o ataque', discursou." (Folha de SP, 07/10/2006).

O técnico são paulino naqueles tempos, no entanto, já reconhecia que sua tática não podia ser absoluta. "Gosto de campos mais apertados, mais de agredir o adversário o tempo todo, mais de guerra. Mas no Maracanã não dá para ser assim. O campo é muito grande e, se você ficar correndo atrás do adversário o tempo todo, não agüenta." (Folha de SP, 07/10/2006).

Para alegria dos atacantes, do futebol arte e dos torcedores, enquanto a educação física com seus suplementos e vitaminas não transforma os jogadores em quase maratonistas sem prejuízo à sua força física e à sua explosão muscular, o "inconveniente" Mario Filho seguirá impondo seu tamanho sobre as táticas e os técnicos "modernos".

E, em matéria de futebol, como em tantas outras da vida, tamanho ainda é documento.

Aos insensíveis (idiotas da objetividade, diria Nelson Rodrigues) que não percebem os significados implícitos nas declarações do técnico "moderno", e que não entendem a importância dessa questão, ofereço-lhes números.

O padrão de referência consagrado pela FIFA para as dimensões dos estádios de futebol modernos é de 105 metros de comprimento e 68 metros de largura (Obs.: os padrões máximo e mínimo internacionais estabelecidos pela entidade são respectivamente de: 110 x 75 m e 100 x 64 m.

(Maiores detalhes, ver:http://www.fifa.com/worldfootball/lawsofthegame.html).

Essas dimensões padronizadas (105 x 68 m), não por coincidência, são exatamente as dos mais modernos estádios brasileiros, o Engenhão (RJ) e a Arena da Baixada (PR), assim como dos mais importantes estádios europeus: na Espanha, o Camp Nou e o Santiago Bernabeu; na Inglaterra, o Emirates Stadium (novo estádio do Arsenal) e o Novo Wembley; na Itália, o San Siro (ou Giuseppe Meazza) e o Estádio Olímpico de Roma; na Alemanha, o Allianz Arena (Estádio de Munique) e o Estádio Olímpico de Berlin; e na França, o Stade de France.

(Obs.: As dimensões dos estádios aqui citados foram obtidas por meio do instrumento de medição do Google Earth e confirmadas ou nos
sites oficiais na Internet, ou então em outros, como, por exemplo, o da Enciclopédia Livre Wikipédia).

Com seus imponentes 110 metros de comprimento e 75 metros de largura, o Maracanã cria mais espaços do que se pode imaginar num primeiro momento.

Quem joga bola sabe, a diferença não é trivial.

Mesmo em relação ao padrão europeu (FIFA), a diferença que, inicialmente, parece pequena (de 05 metros no comprimento e de 07 na largura)
tem efeitos consideráveis na área do campo.

Neste caso, para cada metro acrescido na largura dos campos, expande-se a área em 105 m2.

A partir daí, para cada metro acrescido ao comprimento do campo, amplia-o em 75 m2.

Ao final a diferença total em termos de área entre o padrão consagrado pela FIFA e o padrão de excelência Mario Filho é de 1.110 m2.

(Obs.: os campos europeus citados têm uma extensão de 7.140 m2, enquanto o Maracanã possui 8.250 m2).

Em suma, há uma diferença de mais de um quilômetro quadrado de tapete verde à disposição dos jogadores para rolarem a pelota e perfurarem as defesas mais famosas; uma diferença que é maior que uma quadra de futebol de salão e até mesmo de um campo de futebol de areia.

(Mais precisamente, 01 quadra de futebol de salão inteira e mais 40% de uma outra; ou 01 campo de futebol de areia inteiro e mais 10% de outro).

Outra forma de se entender a diferença é perceber que, no caso do padrão europeu (FIFA), para marcar o campo inteiro cada jogador fica "responsável" em média por 649 m2 do campo, enquanto que no Mario Filho essa área expande-se em 100 m2 por jogador, ou seja, para 750 m2 de área/ jogador.

Prestem atenção que o glorioso Mario Filho é aqui comparado aos maiores e melhores campos europeus.

As diferenças em relação aos outros campos de menor porte tendem a se tornar, obviamente, colossais.

O Mario Filho, em síntese, é capaz de transformar a Muralha da China numa Linha Maginot.

Não há adversário que resista a ele.

Imaginem o que fariam o Ronaldinho, Robinho, Ronaldo ou Kaká, se dispusessem, todo domingo, de um Maracanã?

Viva o Romário, que foi jogar nos estádios europeus e se deu conta de que o padrão de excelência está aqui, voltando no ápice da forma e da carreira para gozar daquilo que só nós brasileiros podemos proporcionar aos craques, nada mais nada menos do que o maior e melhor palco do futebol mundial.

Dê um Maracanã a um craque, e ele lhe proporcionará tardes inesquecíveis.

Danem-se literalmente os zagueiros, os volantes e os técnicos "modernos" que adoram gozar do sentimento de que tudo está dominado ou preste a ficar.

Eles é que fiquem com os buracos nas costas dos laterais, com a impossibilidade de uma cobertura, com o problema de se conceder mais espaço aos gênios dos pequenos espaços. Padeçam no inferno de um campo de futebol de tamanho.

No Brasil, um país em que para muitos "um drible bonito é mais bonito do que um gol" (palavras do Macunaíma dos Gramados, Dener, ex jogador da Portuguesa, do Grêmio e do Vasco. (Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=YW9FmXehQd8)

O pânico decorrente da falta de controle, pelo sentimento de humilhação eminente diante de um elástico ou de uma pedalada, talvez, explique a violência contra o craque cruzeirense Kerlon, o ódio viceral com que os brucutus atleticanos tentaram intimidá-lo, assim como o sentimento corporativo dos zagueiros nas "mesas redondas" de futebol perante o imarcável.

O desespero é tanto que se tenta imputar regras tácitas, que vão além das definidas pelo próprio jogo, para coibir o que, para eles, está além de suas possibilidades.

Talvez nada seja mais humano do que o pânico de ser humilhado perante um público de milhares e da foto e da manchete estampadas no dia seguinte nos jornais e sites esportivos, como também nada mais medíocre e revelador do que a fuga para a violência.

Este é o problema de que padecem os gênios ao expor a mediocridade de seus pares, que no caso do futebol no Brasil ganha proporções do tamanho de seus estádios mais importantes.

(Em tempo: o Mineirão tem as mesmas dimensões do Glorioso Mario Filho, assim como o Serra Dourada (GO) e o Castelão (CE)).